Trecho retirado de
livro África, Terra , sociedades e conflitos. Editora Moderna . Autores: Nelson
Bacic Olic, Beatriz Canepa.
O Brasil tem a segunda maior população negra do mundo. É
quase um consenso no Brasil destacar-se a importância africana na formação da
identidade nacional. Ao mesmo tempo, reconhece-se cada vez mais que no Brasil
não existe a propalada democracia racial. A abolição da escravatura não pôs fim
à exclusão social, da qual tem sido vítima há muito tempo a população de origem
africana no Brasil.
Leis mais rígidas contra a discriminação racial e medidas
discutíveis, como a reserva de cotas para a população afrodescendentes nas universidades
federais, tentam, aparentemente compensar de forma parcial as seculares
injustiças. Ao mesmo tempo, em janeiro de 2003, uma lei federal tornou
obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas, tanto
de nível fundamental quanto do ensino médio. O intuito é o de valorizar o
estudo da cultura africana como um dos elementos formadores da identidade nacional
O preconceito racial na sociedade brasileira – 125 anos
sem escravidão
1. No
ano de 1832, durante a sua famosa viagem que renderia a teoria da evolução,
Charles Darwin passou alguns meses no Brasil onde ficou maravilhado com a
diversidade vegetal e animal, porém saiu horrorizado pelo país ser
escravocrata.
2. Nesse último dia 13 de
maio completaram 125 anos da promulgação da Lei Áurea que extinguia
definitivamente a escravidão no Brasil sendo aprovada por 85 votos favoráveis e
9 votos contrários. Através dessa lei o país se tornou o último na América que
tinha mão de obra escrava, mas mesmo
tendo a liberdade a situação dos
mais de um milhão de afrodescendentes continuou sendo problemática, alguns
continuaram a trabalhar nas fazendas onde já viviam, porém como homens e
mulheres livres e a grande maioria seguiram com a esperança de que teriam uma
terra somente sua, mas o que se teve foi uma grande exclusão social para esses
novos cidadãos brasileiros.
3. A discriminação racial foi algo
que veio acompanhando os afrodescendentes desde o Brasil Colonial e mesmo agora
com leis severas contra qualquer tipo de discriminação racial ainda existe o racismo velado A contribuição à cultura brasileira dos afrodescendentes foi muito
grande na
música, dança, literatura, culinária entre tantas outras. Essa influência se
reflete até mesmo no idioma com palavras que somente tem no português do
Brasil.
4. "A
construção da igualdade no Brasil está diretamente ligada à educação. Ao
aprovar a constitucionalidade das cotas, o STF já deu início a essa longa caminhada, que faz
valer a nossa Constituição e o Estatuto da Igualdade Racial em sua
plenitude".
5. Apesar das melhorias
conquistadas nesse um pouco mais de um século de liberdade a população
afrodescendentes ainda luta para que haja igualdade e não uma segregação por
causa da cor da pele. A nação brasileira é muito conhecida pelo mundo por causa
do samba, capoeira e feijoada que são originários dos afrodescendentes, porém
hoje isso é do povo brasileiro e não de uma cor de pele.
6. Uma nação que tem
como ídolos afrodescendentes como no futebol Pelé e Garrincha, nas artes
Machado de Assis, Aleijadinho, Pixinguinha, Cartola e tantos outros nomes pode
também viver com a certeza de que não é a tonalidade de pele que fará um
cidadão ser menos ou mais, pois todos são brasileiros, filhos da mesma pátria
pela qual se deve orgulhar por ter pessoas que com diversidade, porém o que os
une é o fato de ser brasileiro.
7. 'Censurar Monteiro Lobato é
analfabetismo histórico'
Estudioso chama de absurda tentativa
de proibir livros do autor, acusado de racismo, e diz que crianças sabem
absorver o que historias têm de melhor
Solução:
1. Usar esse pretexto (obra de Monteiro Lobato) para discutir em sala de
aula o racismo
2. Mas, quando têm uma oportunidade, os negros mostram que podem obter
tanto sucesso quanto uma pessoa branca. O racismo dificilmente será extinto,
mas fornecer oportunidades a esta população, como uma educação de qualidade,
pode fazer com que eles melhorem sua condição socioeconômica e, no futuro,
amenizar o preconceito racial. Exemplos de que etnias diferentes podem conviver
em harmonia não faltam. Basta olhar para Barack Obama e seus eleitores, pois
eles mostraram isso ao mundo.http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u379.jhtm
3. Não
é o sucesso de alguns negros que vai abrir o caminho para os outros, da mesma
maneira que não é reservando cotas em faculdades, mas sim a melhoria do ensino
público que podem diminuir a diferença entre a média da população de qualquer
raça que consiga atingir o ensinosuperior.http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u372.jhtm
4. O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no
Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade
brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos
Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se
lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro
transporte de africanos para o solo brasileiro (1594).Algumas entidades como o
Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos
educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o
desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a
sociedade.Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência
neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias,
se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e
beleza negra, etc.http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_da_Consci%C3%AAncia_Negra
Diferenciação
injusta
"Discriminação é uma diferenciação injusta ou ilegítima, pois vai contra o
princípio fundamental da justiça (aquela que os filósofos chamam de 'regra da
justiça'), segundo a qual devem ser tratados de modo igual aqueles que são
iguais. Pode-se dizer que se tem uma discriminação quando aqueles que deveriam
ser tratados de modo igual, com base em critérios comumente aceitos nos países
civilizados, são tratados de modo desigual."
[Bobbio, Norberto. "Elogio da serenidade e
outros escritos morais". São Paulo: Editora UNESP, 2002: 107]
Racismo no
Brasil
O tipo de
preconceito mais frequente em nosso país é o racial. O racismo no Brasil fica
mais evidente quando o brasileiro identifica o negro com seu papel social. A
constatação, obtida por meio de pesquisa, é da psicóloga e professora da
Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, Ângela Fátima
Soligo. Em sua pesquisa, a professora pediu aos entrevistados que atribuíssem
dez adjetivos aos homens e mulheres negros. (...) O resultado final revelou que
a maioria dos entrevistados, aí incluídos também os negros, limita-se a
reproduzir os chavões sociais. O negro é alegre porque gosta de samba e
Carnaval, forte porque se dá bem nos esportes e competente para trabalhos
braçais. "O adjetivo é positivo, mas o papel social ligado ao negro mostra
um preconceito arraigado na nossa cultura", concluiu a estudiosa. (...) A
pesquisa reforçou a tese de que o brasileiro pratica um "racismo
camuflado": em tese, diz que não tem preconceito, mas prefere limitar as
possibilidades e potencialidades da raça negra. Por exemplo, na pesquisa, não
houve identificação do negro com o intelectual ou o político.
[A ética e os estereótipos irracionais, UOL Educação]
[A ética e os estereótipos irracionais, UOL Educação]
Código Penal
Lei Nº 9.459, de 13 de maio de 1997.
Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
- B.
http://www.youtube.com/watch?v=-ZNhYlkksPs
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