sábado, 8 de junho de 2013

Terrorismo: o Brasil tem razões para temê-lo?

Neste mês de junho, o Brasil vai receber a Copa das Confederações, um importante torneio esportivo internacional. O evento está sendo visto como um "treino" para dois outros acontecimentos de destaque do esporte mundial, que também serão sediados pelo país: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. A exemplo da Maratona de Boston, eventos desse tipo são considerados alvos privilegiados para organizações terroristas, num contexto internacional em que o terrorismo é uma ameaça sempre presente, com ações que visam chamar a atenção do maior número de pessoas para uma causa, por meio de atentados que provoquem impacto pela sua violência. Assim, jornalistas, autoridades e especialistas em segurança têm discutido se o Brasil está preparado para prevenir e enfrentar uma eventual ação terrorista, como se pode ver pelos textos abaixo.
Pode acontecer aqui?
(...) o ministro da Defesa, Celso Amorim, reuniu-se com seus principais auxiliares. Queria saber como andam os preparativos para garantir a segurança durante a Copa das Confederações, marcada para junho próximo, e na Copa do Mundo, no ano que vem. A reunião ganhou contornos mais preocupantes após o atentado à bomba em Boston. Amorim estava especialmente interessado nas informações do general Marco Antônio Freire Gomes, comandante da Brigada de Operações Especiais, localizada em Goiânia. Freire Gomes é o responsável pelo destacamento encarregado das ações contraterrorismo durante grandes eventos. Essa elite militar conta com 1.200 homens especializados em atividades delicadas, como o desarme de bombas e artefatos químicos e radiativos. Entram em ação em situações extremas. Para um país com histórico pacífico, tamanha preparação pode até parecer desmedida. A natureza do terrorismo, revelada na tragédia de Boston, prova que não é. Os preparativos para a segurança dos grandes eventos começaram há cerca de dois anos.
[Revista Época]
 Estamos preparados?
O terrorista não mata por prazer ou sadismo, mas pela convicção de que a sua causa deve ser defendida e difundida a qualquer custo. O ato terrorista não é cometido a esmo. Ao escolher um alvo, uma organização terrorista avalia vários aspectos, dentre eles a competência do Estado em antever e prevenir o atentado e/ou de neutralizar os seus executores. Ou seja, é levada em conta a capacidade de resposta do país-alvo.
(...)
No Brasil, o maior entrave às atividades de prevenção e combate ao terrorismo é a legislação (ou a falta dela). No vasto ordenamento jurídico brasileiro não há conceituação de terrorismo, nem previsão de penas a serem aplicadas a terroristas.
O projeto de reforma do Código Penal prevê pela primeira vez o crime de terrorismo. Caso não sofra alterações, o texto legal passa a combinar as prováveis motivações terroristas com as diversas condutas que podem ser adotadas. Mas, caso haja um ataque antes que a nova lei entre em vigor, a polícia, o Judiciário, os legisladores e a sociedade ficarão se perguntado o que fazer.
(...)
Além das lacunas legais, existem outros aspectos relevantes. Em 2011, a diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército divulgou relatório no qual informa que mais de uma tonelada de emulsão de nitrato de amônia e de dinamite foi roubada ou furtada (e não recuperada) de pedreiras e obras no Brasil. Isso significa que os recursos materiais a serem empregados num eventual atentado terrorista em território brasileiro podem ser facilmente obtidos aqui mesmo, sem que haja preocupação com a transposição de fronteiras.
[Carta Capital]
 O Brasil está seguro?
 O ataque terrorista na Maratona de Boston, nos Estados Unidos, na semana passada, fez acender a luz amarela no Brasil. Embora o País não faça parte da rota do terror, os grandes eventos internacionais que acontecerão aqui nos próximos anos irão atrair para as cidades brasileiras dezenas de autoridades e milhares de jornalistas e cidadãos de diferentes nações. Em junho, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza receberão jogos da Copa das Confederações e, no mês seguinte, o Rio será palco da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do papa Francisco. Serão eventos-teste para a Copa do Mundo de 2014, que incluirá outras seis capitais, e, dois anos depois, para os Jogos Olímpicos, majoritariamente sediados na capital fluminense. Quanto mais visibilidade, maior a comoção diante de tragédias – e é isso que os terroristas buscam. Por isso, as autoridades estão se preparando para todo tipo de emergência. O governo federal investirá, em parceria com os 12 Estados-sede da Copa e a iniciativa privada, mais de R$ 2 bilhões em segurança. Ao todo, serão cerca de 142 mil policiais de todas as esferas em ruas e em pontos estratégicos.
[Revista Istoé]


Proposta de intervenção contra o terrorismo:
Brasil: partes negritadas.
Os Estados deveriam dotar-se de meios legislativos para exercer um controlo eficaz sobre as armas, munições, explosivos e outros objetos perigosos ao alcance de pessoas susceptíveis de se servirem deles para fins terroristas.
 A comunidade internacional deveria travar mais eficazmente as violências terroristas apoiadas, adotadas ou aprovadas por Estados e a Organização das Nações Unidas deveria aperfeiçoar mecanismos para reprimir os comportamentos deste gênero, em particular pelo reforço do seu dispositivo de preservação da paz e da segurança e da proteção dos direitos do homem.
Deveria encorajar-se a comunidade internacional a tomar medidas tendentes a reprimir os atos de terrorismo sustentados, perpetrados ou apoiados pelos Estados.


Fontes:

http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/


- B

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